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Foto do escritorMaria Fátima Audino Edler

Os cinco koshas – As Cinco Envolturas



Os cinco koshas – As Cinco Envolturas

O Vendanta e o Yoga proporcionam outra descrição mais precisa e datalhada do ser humano em que classificam seus componentes em cinco koshas (corpos) ou envolturas:

– Annamaya kosha – envoltura ou corpo ilusório feito de alimento

– Pranamaya kosha – envoltura ou corpo ilusório feito de prána ou energia vital

– Manomaya kosha – envoltura mental ou corpo ilusório feito de pensamentos

– Vijñanamaya kosha – envoltura psíquica ou corpo ilusório feito de conhecimento

– Anandamaya kosha – envoltura ou corpo ilusório feito de felicidade ou bem-aventurança


Annamayakosha – Corpo Físico

É a envoltura física composta por carne, ossos, sangue, etc. e que forma a manifestação mais densa do ser humano. Se alimenta do prána (energia) através da forma mais densa, ou seja, comida, água, ar e que depende fundamentalmente dos prána (ares internos) mais sutis pertencentes às demais envolturas ou corpos – koshas. É a única envoltura (KOSHA É UMA PALAVRA FEMININA???)(kosha) onde se encontram as demais e sem ela seria impossível a manifestação do homem no plano terrestre. Algumas de suas características são: a fome, a sede, o desgaste/envelhecimento? e a morte. O ser humano é consciente desta envoltura quando se encontra no estado de vigília.

Segundo o Tantra e o Yoga toda a matéria está composta de cinco tattva ou elementos que são chamados de: akásha – éter, váyu – ar, agní – fogo, ápas – água e prithivi – terra. Os tattvasimpregnam todo o universo e nosso corpo-mente. São emanações da luz e do som criando as diferentes freqüências vibratórias da energia e suas propriedades estão presentes nas células e nos átomos do corpo físico. O processo pelo qual a matéria é criada se chama Panchikara e consiste na combinação e nas trocas que os tattvas ou elementos fazem entre si. É um processo de quintuplicação através do qual os elementos sutis se convertem na matéria densa. No corpo físico os tattvas estão na proporção seguinte: cinco, quatro, três, dois e um.

Akásha – éter – 1

Váyu – ar – 2

Agní – fogo – 3

Ápas – água – 4

Prithiví – terra – 5


Pránamayakosha-  Corpo Energético ou Prânico

Antes de examinar esta envoltura, recordaremos algo sobre o conceito de prána. Uma possível definição seria dizer que é a substância primordial de tudo que existe e que adota distintas formas segundo sua qualidade ou freqüência vibratória. O prána é a energia vital que impregna todo o universo, uma força em constante movimento que tem dois aspectos: o cósmico e o individual. O aspecto cósmico é muito sutil e só percebido em certos estados de consciência. Mas o prána em seu aspecto individual se manifesta em uma forma mais densa e tangível. O prána está imerso na matéria, mas não é a matéria. Está no ar, mas não é um elemento químico. Toda a matéria está impregnada de energia, formando uma dupla estrutura de onde a energia a sustenta.

O ser humano capta o prána de diferentes maneiras, sendo que a mais importante é processo respiratório. Mediante a inspiração se absorve a energia que logo é armazenada e distribuída. Oprána é intercambiável dentro do homem e adota qualidades diferentes segundo a envoltura que alimenta e as funções que realiza. Do ponto de vista prático do Yoga é muito importante a inter-relação entre Prana-Mente, de forma que a modificação de um produz a flutuação de outro. Neste princípio estão baseados o Hatha Yoga e Rája Yoga. No Hatha Yoga se governa a mente controlando o prána e no Rája Yogao processo se inverte. Na prática yóguica se atua conscientemente sobre oprána e se experimenta em alguns de seus aspectos, um deles sendo sua visualização em forma de correntes luminosas que percorrem o corpo. A câmara Kirlian já fotografou algumas emanações luminosas dos campos energéticos do homem e os cientistas batizaram a energia prânica com o nome de bioplasma.

Pránamaya kosha é a envoltura energética ou estrutura prânica do homem. Constitue seu ser vital e é uma réplica energética do corpo físico, ao qual dá vida e a sustenta. Esta envoltura consiste de um sistema de correntes prânicas (nadis) perfeitamente organizadas. Com certo treinamento estas correntes podem ser dirigidas pela mente, atuando o prána como veículo da consciência. O prána que sustenta este kosha existe como luz-energia, que pode ser absorvida e utilizada pelas outras involturas.

Pránamaya kosha se experimenta às vezes durante as práticas de meditação e relaxamento como uma sensação de contração e expansão ou como um desfazimento involuntário do corpo. Pode ter-se a sensação de elevar-se sobre o solo, ainda que o corpo físico, por suposição, permaneça imóvel. Este fenômeno é devido a sua estrutura ser afetada pela força da gravidade e que seu tamanho pode aumentar ou diminuir segundo as circunstâncias. Tanto Annamaya kosha como Pránamaya kohsa se dissolvem após a morte, porém Pránamaya kosha subsiste organizado durante alguns dias para logo reintegrar-se à fonte cósmica.

O prána que constitui o corpo energético é uma especialização da energia cósmica universal – o maha prána. Do mesmo modo que a energia elétrica entra em nosso lar adotando diferentes qualidades como: luz, calefação, aspirador, rádio, etc., assim também o prána se comporta em nosso corpo, realizando diferentes funções no corpo físico e que são conhecidas como pranavayus (ares vitais). As modificações ou funções que assume o prána no corpo são dez, das quais cinco são as mais importantes. São conhecidas como os cinco vayus ou pancha pránas: prána, apána, samána, udána e vyána. Os cinco restantes tem menos importância e se chamam upa-pránas secundários. São eles: kurma, krikala, devadatta, nagá e dhananjaya. Cada vayu se localiza em uma zona do corpo de onde atuam e fluem em uma determinada direção.


Manomayakosha – Corpo Mental

É conhecido como corpo mental e sua natureza é mais sutil que a de Pránamaya kosha. É constituído pelos cinco órgãos de percepção [3][1] (jñanendriya), os cinco órgãos de ação [4][2] (karmendriya) e o pensamento (manas). É também o lugar onde se localizam as emoções e os sentimentos. Manomaya kosha registra os fenômenos externos e internos e realiza a função do pensamento. Trabalha com os dados armazenados que provém dos órgãos dos sentidos (jñanendrya) e com a informação armazenada na memória (chitta). É o intermediário entre os koshas superiores e inferiores. Se encarrega de transmitir as experiências e percepções  do mundo exterior ao corpo psíquico (Vijñanamaya kosha) e de comunicar as influências dos koshas superiores aos inferiores. Suas ordens põem em marcha as energias do corpo energético (Pránamaya kosha) e estas se manifestam nas ações do corpo físico (Annamaya kosha). O corpo mental se alimenta das experiências do indivíduo. Cresce e se desenvolve quando não atua por imitação ou repetição de padrões culturais adquiridos, enfrentando as situações da vida a partir de sua própria espontaneidade e a critério pessoal genuíno.


Vijñanamayakosha – Corpo Psíquico ou Intuitivo

Também se denomina envoltura psíquica ou corpo intuitivo. É a primeira densificação de Jivatamn (o Ser ou manifestação de Brahmam no homem) e se diz que por sua proximidade com o Ser (Atmam) é o reflexo de sua luz, o reflexo do conhecimento puro. Vijñanamaya koshaé a envoltura de Conhecimento ou Consciência e é constituído por buddhi – o princípio discriminador, a inteligência que evolui, determina e decide. É também a sede do Ego – Ahamkara, o princípio da individualidade que nos faz sentir separados e diferentes dos demais. Vijñanamaya kosha está em contato com o mundo exterior atraavés dos tanmatras (princípios dos cinco sentidos, contra-partida sutil dos tattvas). Estes são:

SHABDA-TANMATRA som, essência sutil do elemento éter – akásha tattva.

SPARSHA–TANMATRA tato, essência sutil do elemento ar – vayu tattva.

RUPATANMATRA forma e calor, essência sutil do elemento fogo – agní tattva.

RASA–TANMATRA sabor, essência sutil do elemento água – ápas tattva

GANDHA–TANMATRA odor, essência sutil do elemento terra – prithiví tattva.

Enquanto os koshas anteriores se identificam com o corpo físico, os impulsos, as emoções e os pensamentos, em Vijñanamaya kosha se experimenta a autoconsciência ou consciência do Eu – eu sou consciente de que sou consciente. Nesta envoltura residem as faculdades superiores da mente. Quando se desperta seu potencial através da prática da meditação se manifestama intuição ou o conhecimento direto, a sabedoria, as percepções extra-sensoriais, as experiências fora do corpo, etc.

Vijñanamaya kosha e Manomaya kosha constituem geralmente o que se entende como psiquismo e mente.São dois aspectos da mesma coisa e junto com Pránamaya kosha formam o corpo sutil [5][3]. O homem reside no corpo sutil quando entra em estado de svapna (nível subconsciente), é dizer, quando dorme e experimenta os sonhos. Durante svapna se desvanece a percepção do corpo físico e do mundo exterior e a consciência se estabelece no mundo dos conteúdos mentais (pensamentos, imagens, emoções, memórias, etc.).


Anandamayakosha – Corpo Causal

Anándamaya kosha é o corpo causal, a envoltura de bem-aventurança ou felicidade que dá origem aos demais koshas. Em Anándamaya kosha se transcende o conhecimento intuitivo e se experencia a dimensão transcendental do ser humano onde não existem tempo, espaço e individualidade. Habita-se esta envoltura durante o sono profundo (sushupti), quando não há consciência do corpo (corpo denso) e nem da mente (corpo sutil).

Anándamaya kosha[6][4] é constituída pela substância mais pura de Prakriti (matéria primordial) e em seu centro reside o Ser ou Atmam. Não obstante, o Atmam não é nenhum dos três corpos nem os cinco koshas. É a testemunha não afetada que permanece durante os três estados: JAGRAT – vigília;SVAPNA – sono e SUSHUPTI – sono profundo. Aparentemente se identifica com cada um dos três estados (e com cada um dos koshas) como um ator que representa vários papéis, mas que segue sendo diferente de cada um nas máscaras que parece assumir. Atmam transcende os cinco koshas, mas está presente em cada um deles no momento que se identifica com seus elementos correspondentes: corpo, emoções, pensamentos, etc.

A natureza de Atmam é SATCHITANANDA: existência, conhecimento e bem-aventurança.

Sat – existência: o Ser permanece imutável sem sofrer nenhuma modificação durante os três estados (jagrat, svapna e sushupti) nem com o passar do tempo (passado, presente e futuro). OAtmam está muito mais além das limitações do corpo-mente e por tanto do espaço e do tempo que são criações da mente.

Chit – conhecimento: O Ser é a Consciência Pura e permanece como uma testemunha durante todos os estados da experiência.

Ananda – bem aventurança: O Ser permanece em estado constante de bem-aventurança.

Anándamaya kosha se experimenta durante o estado de sono profundo e pela prática do yoga, quando se alcança o estado de meditação profunda. Esta envoltura acompanha o homem até a sua liberação final, momento em que o Atmam retorna a sua fonte cósmica (Paratmam ou Ser Universal).

Os cinco koshas formam uma unidade indivisível influenciando-se mutuamente e interatuando como um todo. Cada envoltura realiza suas funções que lhe são próprias e está mais diretamente relacionada com algum nível de experiência, por exemplo:

– Ánnadamaya kosha (corpo físico) está relacionado com a dimensão consciente da mente ou estado de vigília.

– Pránamaya kosha (corpo energético) está associado as dimensões consciente e subconsciente da mente e atua como veículo entre o corpo físico e o corpo mental.

– Manomaya kosha (corpo mental) forma parte do corpo sutil (junto com – – – Pránamaya kosha eVijñanamaya kosha) e sua atividade predomina durante o estado de sono com sonhos (svapna – o nível subconsciente).

– Vijñanamaya kosha (corpo intuitivo) atua como uma conexão entre o corpo sutil e corpo causal, assim como entre as dimensões subconsciente e inconsciente.

– Anándamaya kosha (corpo causal) está relacionado com a dimensão inconsciente da mente, os estados de sono profundo, meditação e consciência homogênea.

No processo de evolução espiritual o yogin vai se aprofundando na experiência de seus koshasdesde o mais denso até o mais sutil. Vai libertando-se das limitações que impõem as envolturas até alcançar o corpo causal, de onde se produz a união da consciência individual com a Consciência Cósmica ou Ser Universal (Paramatmam).

        

Anatomia energética do ser humano

As Nadís e os Chakras

Os canais e os Centros Psíquicos Energéticos

A descrição do corpo sutil contida nas páginas anteriores, pertence ao Yoga, ao Vedanta e aoSamkhya. O Tantra, por sua parte, estabelece uma estrutura muito elaborada que explica o funcionamento das forças vital e mental dentro do homem, assim como, o intercâmbio  energético entre os distintos corpos (koshas). Esta anatomia psíquico-energética reside no corpo sutil e está composta pelas nadis e pelos chakras.

As nadis são os canais psíquicos por onde circulam as energias internas e formam uma extensa rede que se interconecta por todo o corpo energético (pránamaya kosha). Os chakras são os centros psíquicos que se encarregam de gerar, absorver, acumular, transformar e distribuir a energia. Realizam a comunicação e o intercâmbio entre o corpo sutil e o corpo denso e entre o corpo sutil e corpo causal. Por centros de consciência ou chakras, o prána pode transformar-se em energia vital para o corpo físico ou converter-se em energia psíquica para os outros corpos. Podemos dizer dizendo que os chakras geram, transforma e distribuem a energia, sendo um ponto por onde passa de um plano a outro.


As Nadís – Os Canais Psíquico-Energéticos

As nadis constituem-se de canais psíquicos energéticos que se estendem por todo o corpo. Alguns autores tem as associado aos nervos e vasos sangüíneos, isso é um erro, porque as nadis não fazem parte do corpo físico, sendo sua natureza completamente sutil.  O Dr. Hiroshi Motoyama do Japão tem ivestigado amplamente o tema chegando à conclusão, de acordo com a descrição que fazem os textos da tradição, de que as nadis, parecem corresponder em geral, com os meridianos da acupuntura. Não há como conceber as nadis como canais psíquicos como uma espécie de tubo por onde se move oprána, já que a nadi é o próprio fluxo de energia com um trajeto determinado. Estes fluxos ou correntes circulam regidos  pelo movimento do Sol e da Lua, a atividade que se está realizando e outros fatores.

Todas as nadís nascem num ponto chamado kanda que, segundo alguns textos, se encontra na zona do umbigo (área do manipura chakra), entretanto outros textos afirmam que está localizado na região do períneo (área do muladhara chakra). A informação dos textos não é muito detalhada, variando o número e a localização. Assim por exemplo, Hatha Yoga Pradipika fala num total de setenta e duas milnadís, no Prapanchasara Tantra cita trezentas mil nadís e no Shiva Samhita trezentas e cinqüenta milnadís. Deste impressionante número de nadís, umas catorze são as principais e controlam todas as demais. Na prática yóguica se trabalha fundamentalmente com três, as quais tem uma importância essencial na vida do ser humano. Estas são: Sushumná, Ida e Pingalá


Sushumna Nadí – O Canal Central

É a nadí mais importante e é conhecida como o canal central. Está relacionada com o sistema nervoso central. Parte do muladhara chakra, na zona do períneo/cóccis e se dirige ao svadhisthana chakra(base da espinha dorsal) de onde penetra na coluna e ascende por seu interior atravessando oschakras principais para terminar no sahasrara chakra (na zona superior à cabeça). Dentro desushumná existem outras três nadís, situadas de forma concêntrica que de fora para dentro são:vajrini, chitrini e brahmanadí. Este último é o caminho real por onde ascende a energia de kundaliní(energia espiritual), quando é despertada e viaja desde o muladhara chakra até osahasrara chakra.

Idá e Pingalá – Os Canais Esquerdo e Direito

Enquanto que sushumná é o canal por onde circula a energia espiritual, ida e pingalá são os caminhos dos aspectos básicos do prána. Ida conduz a força mental (manas shakti) e pingalá a força vital (prána shakti). Constituem os dois pólos da mesma energia. Ida parte do lado esquerdo domiladhara chakra (na área do períneo) e ascende em um movimento serpentino e semi-circular atravessando os chakras e passa pela fossa nasal esquerda para terminar no ajña chakra (centro do cérebro). Pingalá segue o mesmo caminho, mas pelo lado direito do muladhara chakra. Vai realizando um movimento de caduceu, cruzando-se com ida e sushumná nos chakras (svadhisthana, manipura, anáhata, vishuddha) e mantém sempre uma posição oposta a de ida. Chega a fossa nasal direita antes de terminar seu caminho no ajña chakra. Ás vezes se representa ida e pingalá seguindo caminhos paralelos à sushumná (por ambos os lados) e sem passar pelos chakras. Como diz Svami Muktibodhananda Sarasvati, pode simbolizar a influência que ida tem em relação ao lado esquerdo do corpo a de pingalá no lado direito.

A ida se denomina também chandra nadí (nadí lunar). Rege o funcionamento do sistema nervoso parassimpático que é encarregado de regular os processos internos do organismo; uma espécie de freio biológico que, entre outras funções, relaxa os músculos superficiais e diminui a temperatura externa do corpo. A pingalá se conhece também como surya (nadí solar) e complementa o trabalho deida. Está associada ao sistema nervoso simpático desempenha o papel de acelerador, preparando o organismo para a interação com o mundo exterior. Pingalá energiza todo o corpo e exterioriza a consciência. Por meio do sistema nervoso simpático ativa o ritmo cardíaco, aumentando a tensão muscular e a temperatura corporal.

Com base na conexão existente entre as fossas nasais, ida e pingalá regulam toda a atividade do corpo-mente. As fossas nasais têm um funcionamento cíclico de forma que, normalmente, predomina a atividade em uma delas. Nas pessoas que estão equilibradas vai trocando ao longo do dia de uma a outra fossa nasal no período de uma a duas horas. A alternância desta atividade respiratória nas fossas nasais cria harmonia em todos os sistemas.  Quando a respiração flui mais intensamente pela fossa esquerda é ida, a força mental que está mais ativa. Se a fossa nasal direita respira mais abundantemente é pingalá, a força vital em que predominando. Quando prevalece o fluxo da fossa esquerda (ida) a tendência é que apareça um estado de introversão, resultando um momento propício para começar algum trabalho intelectual ou criativo e é uma momento menos favorável para empreender atividades que requeiram muito esforço físico. Ao contrário, se predomina o fluxo respiratório da fossa direita (pingalá) se produz o efeito oposto, se sentirá inclinado à ação do mundo exterior, dispondo-se de grande vitalidade. Em troca não será melhor momento para começar atividades que exijam muita concentração mental.

As nadís e as fossas nasais estão conectadas com os hemisférios cerebrais. A fossa esquerda (ida) está ligada ao hemisfério direito que é responsável pela orientação do espaço, a percepção psíquica, a intuição, a criatividade, a sensibilidade artística, etc. A fossa direita (pingalá) está vinculada ao hemisfério cerebral esquerdo que se encarrega da análise lógica e matemática: a mente racional. Cada nadí proporciona energia a seu hemisfério associado de forma que a atividade cerebral se vê condicionada pelo fluxo das nadís e da respiração nasal.

No ciclo da respiração nasal há um certo intervalo em que se igualam o fluxo em ambas as fossas. Este equilíbrio na atividade das nadís ida e pingalá harmoniza o funcionamento dos hemisférios cerebrais e produz a ativação da nadí central – sushumná, que aporta grande quantidade de energia ao cérebro. É uma situação que no indivíduo se traduz como um momento de plenitude onde dispõe de todo seu potencial. A prática do yoga está empenhada em conseguir o equilíbrio entre ida epingalá. O último objetivo é neutralizar ambas as nadís para que sua energia se acumule nomuladhara chakra (períneo) e desperte kundaliní (energia espiritual) que ascenderá por sushumná nadí até o cérebro, onde produzirá a ativação dos centros superiores. Tudo isso leva a um processo lento e trabalhoso em que o aspirante, mediante a orientação de seu mestre, vai purificando todos oskoshas (corpos) até encontrar-se preparado para o despertar definitivo.


Outras Nadis principais

Descrevemos a continuação de outras nadís importantes, cuja localização difere bastante de um texto para outro. Veremos também a correspondência aproximada que segundo o Dr. Motoyama tem com os meridianos da acupuntura.

NADÍ GANDHARI – se estende do dedo maior do pé esquerdo passando por detrás da cadeia simpática esquerda até se conectar com o olho esquerdo. Pode corresponder-se com a terceira linha do meridiano da bexiga urinária.

NADÍ HASTIJIHVA – conecta o olho direito com a parte inferior do corpo seguindo um trajeto paralelo à coluna. Também pode corresponder-se com alguma linha do meridiano da bexiga urinária.

NADÍ YASHASVINI –  conecta kanda (ponto de conjunção de todas as nadís no períneo ou no abdomem) com a orelha esquerda.

NADÍ PUSHA – conecta kanda à orelha direita.

NADÍ ALAMBUSA – nasce em kanda e termina na boca. Sua trajetória parece corresponder-se com o meridiano do vaso da concepção.

NADÍ KUHU – começana garganta e termina nos genitais. Pode ter correspondência com o meridiano do fígado que vai desde o pé até a cabeça, passando pelos genitais. Os textos não descrevem o trajeto das nadís pelas pernas. Suas indicações são muito vagas e não se referem tampouco a função que realizam.

NADÍ SHAKINI – conecta kanda com o reto. Pode corresponder-se  com o meridiano dos rins e dos intestinos

Fonte: Tradução  “As Claves del Yoga – Teoria y Práctica” de Svami Digambarananda Sarasvati – Danilo Hernandez – La Liebre de Marzo – Ediciones Continente  Argentina – 2006 – Páginas 70 à 87 – exceto conteúdo já passado referente aos Elementos e Ares Internos (Tattvas e Vayus.

 Audição, tato, visão, gustação e olfato.

 Faculdade da fala, preensão, locomoção, geração e excreção.

O conjunto formado por Manomaya kosha e Vijñanamaya koshase denomina também corpo astral.

 Svami Yogesshvaranand Sarasvati em sua obra “Science of Soul” faz uma descrição minunciosa de todos os koshas. Diz ele que, mediante a visão divina pode se ver o corpo causal como um ovo luminoso de cor dourado alojado na área do coração. Nele podem se distinguir seis órbitas luminosas que de fora para dentro são:

Órbita de Brahmam – de cor brancaÓrbita de Prakriti – de cor amarelaÓrbita de Energia Vital Sutil – de cor rosadaÓrbita de Ahamkara – de cor azul-esverdeadoÓrbita de Chitta – de cor brancaÓrbita de Atmam – mais pequena que um átomo e que está imersa na órbita de chitta e que adota a mesma cor.

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