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Yoga sūtra

Atualizado: 1 de mai. de 2020



O Yoga é uma arte, uma ciência e uma filosofia. Afeta todos os níveis da vida humana, tanto física, mental como espiritualmente. É um método prático para dar sentido a própria vida e convertê-la em útil e nobre. O Yoga Sútra ensina ao praticante a cultivar cordialidade e compaixão, a deleitar-se com a felicidade alheia e permanecer indiferente ao vício ou a virtude, para que possa manter seu equilíbrio e tranquilidade. Aconselha a seguir os preceitos éticos: Yamas e Niyamas, os quais governam o comportamento humano, suas relações com o mundo e com sua evolução espiritual. (Segundo Patañjali) Historicamente, Patañjali deve ter vivido entre 500 e 200 a.C., mas parte do que sabemos sobre ele é lenda. Acredita-se ter sido ele uma pessoa evoluída que veio ao mundo com um propósito: ajudar a humanidade. Escreveu sobre três temas: gramática, medicina e yoga. Descreveu, nos Yoga Sútras, os meios para superar as aflições do corpo e as flutuações da mente: os obstáculos para o desenvolvimento espiritual. Suas palavras são diretas, originais e tradicionalmente se considera de origem divina. Seguem sendo atuais, depois de vinte séculos. O Yoga Sútra é uma síntese do conhecimento humano. Os 196 aforismos, englobam todos os aspectos da vida, a começar por um código de conduta e finalizando com o ser humano que vê o autêntico “Si Mesmo”. Vamos nos situar no tempo e no espaço. Os textos mais antigos, historicamente são os Vedas, associado à civilização védica. São as escrituras mais antigas, em forma de hinos e cânticos, como conhecimento revelado que deu origem ao Vedismo. Posteriormente surgem os Brahmanas que são escrituras sagradas em prosa que comentam os Vedas, tem interpretações sobre Brahma, esclarecem os costumes, ritos e fórmulas contidos nos Vedas.. Foram escritos provavelmente há uns 1.000 a.C. e situam-se entre os Vedas poéticos e as Upanishads discursivas, continuando o teor ritualístico e cerimonial. O processo de desenvolvimento pessoal era de fora para dentro, através dos rituais. Upanishads significa sentar-se junto, próximo. Uma reunião de pessoas sentadas em círculo para receber instrução, a lição ao aluno sentado aos pés do mestre. As Upanhishads contituem a parte filosófica sobre postulados implícitos nos Vedas. De toda esta evolução, podemos entender o Hinduísmo, que é fruto do Vedimo, Brahmanismo e por fim Hinduísmo. Hinduismo é fruto das modificações que foram correndo ao longo do tempo sobre o s estudos dos Vedas. É marcado pela diversidade étnica e cultural e evolui gradativamente através dos tempos. Todas estas transformações geraram a cultura que conhecemos hoje por Hinduismo que tem seus fundamentos no Sanátana Dharma – a eterna lei. O Yoga Sútra é fruto dos questionamentos da época. Surgiu da necessidade de uma sistematização dos diversos métodos para se alcançar a liberação. O Período de Patañjali vem de um período filosófico. Um sutra tem a finalidade de sistematizar sobre algum assunto. Sutra é um tipo de literatura condensada. Os Sútra de Patañjali aparecem aproximadamente no Sec III ou sec II . É um texto ortodoxo. Esta foi uma obra que foi escrita sobre o Yoga. Este é um resumo do Yoga Sútra. Para aprofundar-se no tema, participe de um curso específico. Veja nossa página de cursos. Os Yoga Sútras Os Yoga Sútras de Patañjali são concisos e compactos, sem palavras supérfluas. Esta obra está dividida em 4 capítulos ou pádas. São 196 sútras, suscintos, precisos e profundos. É um tesouro para guiar o praticante – sádhaka. Os aspectos chaves do yoga se obtém com a prática de ásana, pránáyáma e samyama. Os 4 Pádas do Yoga Sútra, descrevem diferentes disciplinas de prática e os seus aspectos variam de acordo com o desenvolvimento da inteligência e do refinamento da consciência de cada sádhaka- praticante). Os quatro padas são: Samádhi Páda – sobre a contemplação Sádhana Páda – sobre a prática VibhútiPáda – sobre propriedades e poderes KaivalyaPáda – sobre emancipação e libertação Os 4 pádas correspondem aos 4 Varnas oudivisõesdetrabalho, os tres gunas ou qualidades da natureza (sattva, rajas, tamas), os 4 áshramas ou etapas da vida e aos 4 purusharthas ou metas da vida (dharma- é a aquisição do dever e do saber, sua prática leva à aquisição do mérito da ética e da religiosidade, kama – prazer físico ou emocional; artha- a aquisição de riqueza, da prosperidade, de bens materiais e da religiosidade, e moksha – a liberação). O 1º páda equivale a um tratado sobre Dharma Shástra, o que sustém e apóia as práticas éticas, físicas ou mentais da disciplina espiritual. Se dharma é a semente do yoga, kaivalya é o fruto, a emancipação. O sútra final é o estado imotivado e vazio de todo o objetivo mundano e das qualidades da natureza. Em kaivalya o yogi refulge em sua própria inteligência que emana do átman ou púrusha, independente dos órgãos de ação, dos sentidos de percepção, da mente, da inteligência e da consciência. O Yoga é o caminho para Kaivalya. O Dharma é parte do oitova anga do Yoga- Ashtanga Yoga, que Patañjali descreve em detalhes. Ao seguir as oito disciplinas com dedicação, aprende-se a conhecer a Alma Suprema- Brahman e a viver de palavra, pensamento e ação em consonância com a verdade mais elevada. Páda I – Samádhi Páda Samádhi é a condição que permite a prática do Yoga. Samádhi não é o destino, mas é aquilo que permite a realização do Yoga. Não é a meta final, mas a meta inicial. O objetivo do Yoga é o Kaivalya. Samádhi Páda define o yoga e os movimentos da consciência, chitta vritti. É direcionado àqueles que estão mais evoluídos a fim de permitir manter seu avançado estado de forma madura, inteligente e sábia. São realmente excepcionais as almas humanas que evoluíram muito cedo Sama significa similar, direto, imparcial, justo e ádhi quer dizer em cima, o que vê, testemunha indescritível. Samádhi é descobrir a fonte da consciência. Para os já iniciados é um guia para experienciar os estados da não dualidade. Para os não iniciados é a atraente possibilidade do samádhi e serve como luz que atrai à disciplina do yoga para que haja refinamento até o momento da alma se mostrar cristalina, livre dos atributos realtivos à natureza e às ações. A consciência está embuida das três qualidades, gunas: luminosidade – sattva, vibracidade- rajas, e inércia, tamas. Os gunas estão também ligados às nossas ações: brancas- sattva, cinza, rajas e negras, tamas. Mediante a disciplina do yoga, tanto as ações como a inteligência vão mais além destas qualidades e o que “vê” experimenta sua própria alma com claridade cristalina, livre dos atributos relativos à natureza e às ações. Este estado de pureza é samádhi. Yoga é, pois, tanto o método quanto o objetivo. Yoga é samádhi e samádhi é yoga. Existedoistiposde samádhi: sabija samádhi o samprajñata samádhimedianteesforçodeliberado, usando para concetração um objeto ou idéia como semente ou suporte e Nirbija Samádhique não requer mais a semente como apoio. A proposta do Yoga de Patañjali é ensinar a travar um contato com o mundo de uma forma diferente daquela que nós já temos, – Samprajñata – conhecido intensamente. Se houver este conhecimento intenso vamos encontror o fio da meada que vai nos levar ao samádhi. Samprajñata é a palavra mágica, que vai nos levar ao samádhi de forma direta. Samprajañta é o conhecimento intenso. Jñata é o conhecido – Sam – intenso – Pra : em direção . – Alguma coisa para qual o nosso ato de conhecer se dirije .É o ato do conhecido. Aquilo que se vivencia e se conhece intensamente. Samprajñata nos põe em contato com o Púrusha. Segundo o Sámkhya o Universo tem a matéria Prakriti, que é a grande mãe- que é aspecto feminino da natureza que é aquela que faz tudo e o Púrusha que fica só observando e que perturba a natureza. A Prakriti, o aspecto feminino da natureza, trabalha sem tréguas e o Purusha, o aspecto masculino, fica só olhando e perturbando. O aspecto de Púrusha dá ao mundo a consciência e não a ação, mas não consegue trabalhar as coisas do mundo e cria um princípio de percepção na matéria. Com este princípio de percepção são criados os seres e os seres conseguem trabalhar com o mundo material. Este principio de percepção tem um tendência natural que é voltar ao Púrusha. É com Budhi que se tem o Samprajñata. Buddhi é a inteligência discriminadora individual, e considera-se Mahat sua contrapartida cósmica. Buddhi possui o conhecimento decisivo, determinado pela ação e a experiência perfeita. Manas ( a mente ) recolhe e recopila informação através dos 5 sentidos de percepção – jñánendriyas e os 5 órgãos de ação- karmendriyas. A inteligência cósmica – Mahat, o ego – Ahamkara, a inteligência individual- Buddhi, a mente- Manas, os 5 sentidos de percepção – jñánendriyas, os 5 órgãos de ação – karmendriyas, são produtos dos 5 elementos da natureza, terra, água, fogo, ar e éter com suas 5 qualidades subatômicas- tanmatras, olfato, sabor, forma, visão e tato. Íshvara, Paramatman ou Purusha Visheshan, é a alma Universal, a semente de tudo ( 1.24) A alma individual é jivatman ou purusha, a semente do si mesmo individual. E tal qual uma semente, necessita de cuidados adequados para crescer com uma árvore que brota dando flores e frutos, e a alma é a semente da evolução humana. Atman, não faz parte do mundo material. Asmita o si mesmo individual, a consciência do eu, de onde surge citta. Os vrittis são os ciclos de flutuações dos pensamentos que formam parte do cérebro, a mente e a consciência, assim como as ondas fazem parte do mar. O pensamento é uma vibração mental baseadas em experiências passadas. Quando a consciência está em estado sereno, seus componentes internos, inteligência, ego, mente e sentimentos do “eu”, também experimentam tranqüilidade. Patañjali explica, que antes de experimentar samádhi o funcionamento da consciência depende de 5 fatores: 1.- percepção correta, percepção errônea – Prámána (na qual os sentidos se confundem); 2.- interpretação errônea ou ambigüidade – viparyaya (em que a mente falha); 3.- fantasia ou inventividade – Vikalpa; 4.- sono ou estado de inatividade – nidra; 5.- memória, impressões ou experiência passadas – smriti. A alma é pura, porém com a falta de alinhamento a consciência se deixa atrapalhar pelas rodas das alegria e das dores e se converte em parte, em sofrimento, como uma aranha atrapalhada e enredada em sua própria rede. Estas alegrias e dores podem ser dolorosas ou não dolorosas, perceptíveis ou imperceptíveis. A libertação, ou a experiência direta de samádhi, só se pode alcançar mediante uma conduta disciplinada e renúncia, ou desapego, o que se consegue com os dois pilares do yoga: abhyása e vairágya. Abhyása, a prática disciplinada é a arte de aprender o que se tem que aprender através do cultivo da ação disciplinada. Isto implica em esforço prolongado, zeloso, tranqüilo, perseverante. Vairágya, o desapego, a renúncia é a arte de evitar o que se tem que evitar. Ambos requerem enfoque positivo e virtuoso. A prática é uma força crescente de transformação e progresso no Yoga que produz muita energia a qual deve ser redirecionada para o centro, como força centrípeda até o núcleo do ser e o desapego auxilia e protege o praticante do risco de emaranhar-se com tanta explosão de energia. Patañjali ensina ao sádhaka a cultivar cordialidade e compaixão, a deleitar-se com a felicidade alheia e permanecer indiferente frente ao vício e á virtude, para que possa manter seu equilíbrio e tranqüilidade. Aconselha ao praticante que sigas as disciplinas éticas de Yama e Niyama que governam a prática e que conformam a evolução espiritual para que se veja impregnado de serenidade, visão interior e verdade. A alma que até o momento era imanifesta, torna-se visível ao buscador. Ele se torna aquele que “vê” e entra em um estado sem semente como apoio; nirbija samádhi. Patañjali incia o Sútra I.1como segue: 1.1 Atha yogánanushásanam- agora começa a exposição do yoga. É a exposição do Yoga, incontestável, inquestionável. 1.2 Yogah chittavritti nirodhah: Yoga é o cessar da flutuações da consciência. Citta é o veículo que conduz a mente- manas até a alma – Atman. Citta é a forma mais sutil da inteligência cósmica – mahat , o grande princípio, a fonte do mundo material da natureza – prákriti. Segundo o Sámkhya a criação é fruto da combinação de Púrusha e Prakriti, a alma cósmica. Estes princípios são a origem de toda a ação, volição e silêncio. O Sámkhya é a parte filosófica que norteia o Yoga (Kápila) sec VII ou VII a.C. Patañjali começa o tratado do Yoga explicando o funcionamento da mente, para que possamos aprender a disciplinar-la, e que a inteligência, o ego e a consciência possam ser restringidos, inibidos, dominados para que possa ser atraído ao núcleo do nosso ser, sendo absorvidos na alma. Isto é Yoga. Patañjali explica que as impressões dolorosas e não dolorosas são classificadas em 5 tipos: Y.S. I.5 Prámána ou precepção direta, que é o conhecimento que surge do pensamento, ou a concepção do correto que é perpétuo e verdadeiro. A percepção direta deriva da própria experiência, através da inferência, mediante leitura atenta de textos sagrados ou de palavras de mestrr autêntico. Para ser certa e que não gere dúvidas, precisa ser real. Sua exatidão dever ser verificada mediante a dúvida racional, a lógica a reflexão e corresponder a preceitos sagrados verdadeiros e revelados. Viparyaya, ou a percepção e interpretação errônea, que conduz ao conhecimento contrário. O conhecimento contrário conduz a falsas concepções. Vikalpa : imaginação ou fantasia. Levando em consideração viparyaya, se a imaginação permanece em níveis verbais e visuais, podem constituir em idéias sem base real. Somente quando as idéias demonstram feitos reais é que se transformam em percepções reais Nidrá, ou sono é um estado de inatividade em que os órgãos de ação, dos sentidos, das percepções, da mente e da inteligência permanecem inativos. smriti, ou a memória. A memória é a faculdade que retém e revivi impressões e experiências passadas, percepções corretas ou concepções e percepções errôneas, incluindo o sono ( e os sonhos- lembrando que há sono com sonhos e sono sem sonhos ). Estes são os campos que opera a mente e através dos quais se reúnem e armazenam as experiências. Estes 5 tipos em que se classificam as impressões, modelam humores e comportamentos, construindo ou arruinando a evolução intelectual, cultural e espiritual do indivíduo. Cultivo da Consciência: o cultivo da consciência implica no desenvolvimento, na observação e no refinamento progressivo da consciência através das disciplinas do yoga. Patañjali mostra como superar as flutuações da consciência, mediante a prática, abyasa, e o desapego e renúncia, vairagya. É importante que o praticante de Yoga leve em consideração sua relação com o yoga. O texto inicial do Yoga sutra é: I.1 atha yoganushásanam. Eis agora os postulados mais elevados do Yoga. Este é um conhecimento incontestável e inquestionável. Esta é a prática de um disciplinado código de conduta yoguica, a observação de instruções para a ação ética transmitida por uma linhagem e tradição. Os princípios éticos, uma metodologia baseadas em ação, constituem a prática. Assim podemos ver desde o sutra I.1 e I.4 a independência da prática, a renúncia, o desapego sem os quais a pratica não dará frutos. Se a mente não está disciplina e purificada, envolve-se com os objetos experimentados provocando aflição e infelicidade. Por isso Patañjali inicia seu tratado explicando as funções da mente, para que possamos aprender a discipliná-la e que a inteligência, o ego e a consciência possam ser restringidos, inibidos, dominados e tornados tamázicos, para serem atraídos até o núcleo do nosso “ser”, sendo absorvidos pela alma. Y.S I.12 Abhyása é a busca dedicada, inquebrantável, constante, vigilante no campo escolhido, levada adiante apesar de toda e qualquer dificuldade, como de fracassos e do longo tempo que se possa praticar. Vairágya é o cultivo da liberdade em relação às paixões, abstenção dos desejos mundanos e discriminação entre o real e irreal. É abandonar os deleites da vida. Abyása, aporta confiança e refinamento ao processo do cultivo da consciência enquanto vairágya é a eliminação de qualquer obstáculo ao progresso e a capacidade do praticante de libertar-se dos frutos da ação. A prática disciplinada e o desapego levam com mais rapidez o controle da mente e à obtenção do conhecimento espiritual. Efeitos da prática e do desapego: a intensidade de prática e renúncia transforma a consciência, citta, não cultivada e dispersas em uma consciência cultiva capaz de centrar-se nos quatro estados de percepção consciente. 1. O buscador desenvolve curiosidade filosófica, começa a analisar com sensibilidade e aprende a compreender as idéias e os propósitos dos objetos materiais mediante uma perspectiva correta- vitarka. 2.Medita sobre eles para conhecer e compreender por completo os aspectos sutis da matéria – vicára.3. Depois avança para experimentar o júbilo espiritual ou a pura beatitude da meditação – ánanda. 4. e finalmentepercebe o “ Si Mesmo”. Estes quatro tipos de percepção consciente se denomina coletivamente samprajñata samádhi ou samprajñata samápati. Samápati é a transformação ou contemplação do pensamento, o ato de enfrentar-se a si mesmo. Ishvara, Purusha Vishesan ou Paramátman, a Alma Suprema, Senhor de tudo e dono de todas as coisas. Citta, a mente, pode ser restringida mediante profunda meditação em Deus e a entrega total a Ele. É o primeiro e mais importante de todos os mestres, incondicionado pelo tempo, lugar e circunstâncias. Seu símbolo é a sílaba OM. Este som é divino, é o som universal- shabda brahman. É a semente de todas as palavras. Representa a comunicação com Deus, a alma e o universo. OM é pranava e é reverência sublime a Deus. Mahat, pertence a este nível. Om representa o movimento elementar do som que é a principal forma de energia e a maneira primordial de adorar a Deus. A vocalização do Om repetidas vezes, com sentimento e consciência faz superar os obstáculos à realização de si mesmo. Os obstáculos de uma vida saudável e realização de “Si Mesmo” são: enfermidade, falta de perseverança, falta de interesse, inércia, indolência do corpo e mente, a dúvida , a preguiça, a incapacidade de evitar os desejos e suas gratificações, as falsas concepções e a incapacidade de compreender, não ser capaz de concentrar-se e continuar a prática, uma mente dispersa. Tudo isto se vê agravado pelas aflições, ansiedade, frustrações, falta de firmeza corporal e uma respiração irregular. Patañjali sugere meios para superar os obstáculos e alcançar os objetivos que são: 1.- observar do esforço como resultado do sádhana, cordialidade e boa vontade em toda a criação, compaixão, alegria e não apego tanto ao prazer como ao vício.2.- Sugere também, para diminuir as flutuações da mente, a retenção com ar a cada inspiração ( o estudo da inspiração ensina como si mesmo vai se apegando aos poucos ao corpo; o estudo da expiração ensina o não apego, já que o si mesmo se distancia do contato com o corpo, Reter com os pulmões vazios, educa imediatamente o desapego. 3.- Meditar em um objeto que seja totalmente absorvente e interessante para alcançar um estado mental sereno. Qualquer destes métodos pode ser praticado por si mesmo. Se forem praticados juntos, a mente se disseminará de maneiro uniforme pelo corpo, Quando são praticadas de forma cuidadosa e meticulosa e com entrega à Ishvara,controlam-se as paixões e se desenvolve resolução. O Sádhaka se torna sensível, perfeito e transparente como um cristal. Se dá conta que aquele que “vê”, o buscador e o instrumento utilizado para ver o buscar, não são senão ele mesmo e assim resolve todas as divisões no seu interior. Esta claridade reporta harmonia entre suas palavras, manifestando-se uma nova luz de sabedoria. Suas lembranças de experiência aporta firmeza em sua mente e usa mente se dissolve na inteligência cósmica. Este é o samádhi conhecido como sabija samádhi, o samádhi com semente ou suporte. O Sádhaka que esteja completamente desapegado das coisas externas, produz uma renúncia completa e vive em harmonia com seu ser interno, permitidno que aquele que “vê” se resplandeça em toda sua glória. Este é o autêntico samádhi, sem semente. Nirbija samádhi. Pada II – Sádhana Páda Sádhana é a realização do Yoga, é o uso da ação: Kriya Yoga. Por que Patañjali começou os Yoga Sútra tratando de um tema tão avançado como o aspecto sutil da consciência? Certamente porque os critérios intelectuais e o conhecimento espiritual eram de um nível mais elevado e refinado que os atuais e que a busca interior resultava mais acessível naquela época do que nos tempos atuais. Nos dias de hoje, a busca interior e êxito espiritual são mais difíceis de alcançar seguindo as primeiras exposições de Patañjali. Daí a importância de colocarmos nossa atenção ao capítulo do sádhana, do kriyáyoga, o yoga da ação que nos oferece as disciplinas necessárias para alcançar os mais altos níveis espirituais. Neste Páda, Patañjali nos guia a partir de nossas limitações até a emancipação através da prática disciplinada do yoga e pode ser seguida por todos para seu benefício espiritual. Esta é a maior contribuição de Patañjali à Humanidade. A prática do Yoga é integral, com suas oito partes executadas conjuntamente.ceis de alcançar seguindo as primeiras exposiçe a busca interiorresultava mais ascess O Sádhana Páda e tem a finalidade de auxiliar os não evoluídos espiritualmente a aspirar a liberdade absoluta. Abhyasa é a prática repetida através da observação e reflexão. Neste páda, começa explanando Kriya Yoga, ou ação, que implica na execução perfeita com estudo, investigação e o esforço que deverá colocar o sádhaka. Portanto, sádhana, abhyasa e kriya tem um mesmo significado. Este páda compõem-se de 8 angas: Yama, Niyama, Ásana Pránáyáma, Pratyahara, Dhárana Samádhi que se desenvolvem em três níveis. 1º nível, Yama, niyama, ásana pránáyama pertencem a esfera de tapas ( esforço sobre si mesmo). O 2º nível pratyahara e dhárana pertencem ao nível de svádhyáya (estudo de si mesmo ) e o 3º nível, dhyána e samádhi peretencem aos Íshvarapranidhána ( oferecer o si mesmo individual ao Espírito Universal ou Deus- Íshvara). Este capítulo implica ao sádhaka- praticante, a arte de refinar o corpo e os sentidos, as camadas mais visíveis da existência, trabalhando para dentro desde um nível mais denso até o mais sutil. Desta manera, engloba nos Yoga Sútras os três grandes caminhos da filosofia Hindu. Karmamárga, o caminho da ação, que está em tapas; jñanamárga, o caminho do conhecimento em svádhyáya e bhaktimárga, o caminho da entrega a Deus em Íshvara Pranidhána. Kriyáyoga, o yoga da ação tem três níveis: tapas, que significa um ardente desejo de praticar yoga e um intenso esforço aplicado à prática; svdhyaya, estudo do próprio si mesmo desde o corpo até o si mesmo interior, estudo das escrituras a fim de obter sabedoria e conhecimento dos valores espirituais; Íshvaraparanidhána, a entrega a Deus, ao seu deus interno, sua própria essência, que nos ensina humildade. Quando se segue estes aspectos do kriyáyoga com zelo e afinco, se superam os sofrimentos da vida e se experimenta samádhi. Kleshas – sofrimentos ou aflições: avídya, asmitá, raga, dvesa, abhinivesha. Neste capítulo Patañjali identifica avídya, a ignorância espiritual, falta de sabedoria e compreensão como fonte de todo o pesar e infelicidade. Avídya é o 1º dos 5 kleshas ou aflições e é a raiz de todos os demais: egoísmo, apego, aversão e apego à vida, de onde surgem os desejos que são as sementes do pesar. Avídya- a ignorância ou falta de sabedoria é um terreno fértil para o crescimento das aflições, transformando a vida em um inferno. Confundir o efêmero com o eterno, o impuro com o puro, a dor com o prazer, os prazeres do mundo com as bêncãos do espírito, constituem avidya. Asmitá – identificar o ego individual, o “EU”, com a alma real é asmitá. É a falsa identificação do ego, com o que vê. Rága – aguçar e gratificar os prazeres é rága. Mas quando os desejos não são gratificantes, a frustração e o pesar dão espaço à alienação e ao ódio que gera dvesa, a aversão. Dvesa– a aversão. Abhinivesha – o desejo de viver para sempre e de consrvar o si mesmo individual é abinivesha. Libertar-se do apego à vida é muito difícil, inclusive para os sábios e eruditos. Se avidya é a mãe de todas as aflições, abhinivesha é a sua criação. Todas as nossas ações passadas exercem sua influência e dão forma a nossas vida presentes e futuras pois colhemos o que semeamos. Essa é a lei do Karma, a lei univesal de causa e efeito. Para quem falta disciplina ética e de saúde física perfeita não pode haver iluminação espiritual. O corpo, a mente e o espírito são inseparáveis: se o corpo está adormecido a alma também o estará. Como minimizar as aflições: Patañjali aconselha equanimidade com respeito aso prazeres e às dores e recomenda a prática da meditação a fim de alcançar a liberdade. Para tanto descreve com detalhes o oitavo passo do Yoga, que ajuda a evitar os sofrimentos latentes e ocultos que podem ressurgir quando a saúde física a energia e o equilibrio mental estão desestabilizados. Patañjali sugere que o oitavo passo do yoga é adequado tanto para as pessoas enfermas como para as saudáveis, permitindo que todos desenvolvam o poder necessário para combater as enfermidades físicas e mentais. Causas das aflições: A principal causa das aflições é avidyá, a incapacidade de compreender a conjunção entre o que vê e o que é visto; purusha e prakriti. O mundo externo atrai àquele que vê, aos prazeres, criando o desejo. E a inevitável insatisfação dos desejos cria por sua vez a dor que sufoca o ser interno. A natureza e suas belezas estão aí para oferecer disfrute e prazer – bhoga e também para a liberdade e amnacipação, o yoga. Se usamos a natureza indiscriminadamente estaremos ligados às cadeias do prazer e dor. Um uso adequado nos conduzirá à beatitude, livres do prazer mesclado à dor. O caminho para estes objetivos são: – abhyasa , prática que é o caminho da evolução; vairágya- o caminho da involução, do abster-se dos frutos da ação e das preocupações ou vínculos mundanos. Caracteríticas do Púrusha: Púrusa ou átman é o que vê ou a alma, é conhecimento puro, absoluto, eterno e inalterável. É o ser interior do homem. O que vê está além das palavras e é indescritível. É a inteligência, uma das envolturas da natureza e que nela interfere. Quem segue a busca pelo samádhi desenvolve compreensão e aprende a utilizar o jogo da naturea para clarear a inteligência e experimentar o que vê. Prákriti, ao contrário é a natureza que esta submetida à mudanças. As disciplinas do Yoga : Ao sádhaka se ensina a execução dos ásanas para que se familiarise com seu próprio corpo, os sentidos e a inteligência. Assim desenvolve atenção, sensibilidade e poder de concentração. Pránnáyáma proporciona controle sobre as qualidades sutis dos elementos: sons, tato, forma, sabor e olfato. Pratyáhara é a retirada da mente dos órgãos de ação e sentidos da percepção. Sádhana Páda como prática externa termina aí mas Patañjali amplia dhárana, dhyana samádhi, como os aspectos sutis do sádhana e explica detalhadamente a parte interna da prática no próximo capítulo, Vibhúti Páda. Estes três aspectos recolhem a mente em consciência e a consciência em alma. Os oito angas da disciplina do Yoga. Yama: as restrições – ahimsa- não violência ou não causar dano; satya a veracidade; asteya não roubar ou apropriar-se do que não é seu; brahmacharya,a continência; aparigraha, não cobiçar as coisas alheias, criar as suas próprias. Yama- Intenção de naõ causar dano mediante palavra, pensamento ou ação. Ser sincero, honesto e verdadeiro. Estar atento a não apropriar-se dos bens dos outros em todos os sentidos, materiais e imateriais. Ser puro e não ansiar as posições alheias e sim criar as suas. Devem ser praticadas de maneira individual mas em relação ao coletivo à sociedade, independente da linhagem, lugar, tempo, condição ou profissão. Os yamas são poderas leis universais. Niyama: os cinco niyamas devem ser seguido não somente como disciplinas pessoais, mas também espirituais. Saucha- limpeza ou pureza que são de dois tipos, externa, como a limpeza do corpo e interna através de ásana e pránáyáma que limpa internamente e ajudan a purificar os pensamentos palavras e obras, como também os sentimentos; Santosha, contentamento que produz um estado de alegria e benevolência; Tapas, o esforço ardente que implica purificação, autodisciplina e prática austera. Tapas purifica o corpo, os sentidos e a mente; Svádhyáya, estudo de si mesmo e das escrituras sagradas, ilumina o praticante com o conhecimento de seu próprio interior imortal; Íshvaraprandhána entrega de si mesmo ao senhor, à sua própria essência que conduz ao ser interior e ao seu criador.A observância de Yama provoca Niyama e a prática de niyama leva a seguir os princípios de Yama. Ásana: significa posição ou póstura, situar o corpo como um todo com a implicação da mente e da alma. Ásana tem duas faces, posar que é assumir artisticamente uma posição e reposar significa buscar a perfeição de uma postura e manter-se nela refletindo sobre ela com a inteligência e com dedicação. Quando o praticante está mais perto da alma, os ásanas se realizam com extensão, repouso e equilibrio instantâneos. No princípio se requer esforço para dominar os ásanas. Quando um esforço sobre um ásana passa a ser sem esforço, então se terá domincado o ásana. Enquanto se pratica ásana deve-se relaxar as células do cérebro e atrivar as dos órgãos vitais e a do corpo estrutural e esquelético. A conjunção do esforço, concentração e equilíbrio na prática do ásana nos obriga a viver intensamente o momneto presente que tem um efeito reforçante e outro limpador. A prática de ásana, ao progredir, termina com as três origens da dor, desde a clara visão, passando pelo pensamento correto e a ação correta. Os ásanas atúam como pontes entre o corpoa mente e a alma. Livra o praticante das sujeiçoes das aflições, copnduzindo até a liberdade disciplinada. Pránáyáma: Patañjali nos diz que devemos levar em consideração a progressaõ do ásana e do pránáyáma, mas não menciopna como executar esta progressão. Declara que pránáyama deve ser praticado após dominarf o ásana. A respiração normal flui de manera irregular, dependendo do que está em torno e do estado emocional. No princípio, este fluxo respiratório irregular é controlado mediante um processo deliberado. Este controle cria a facilidade do fluxo de entrada e saída do ar. Quando se alcança esta facilidade, a rerspiração deve ser regulada com atenção, com técnicas específicas. Isso é pránáyáma. Prána significa força vital e áyáma é a expansão e extensão. Pránáyáma é a expansão da força vital mediante o controle da respiração. É a expansão da bioenergia através de exercícios respiratórios que opera da seguinte forma. Segundo o Sámkhya e Yoga o ser humano está composto por cinco elementos: terra, água, fogo, ar e éter. A coluna vertebral é um elemnto de terra e atúa como o terreno de base da respiração. A distribuição e a criação de espaço na coluna é a função de éter. A respiração representa o elemento ar e os elementos água e fogo são opostos por natureza e são os tranmissores da energia dinamizada no pránáyáma. A prática de pránáyáma eliomina o véu da ignorância que cobre a luz da inteligência e converte a mente em um instrumento preparado para a meditação, para a visão da alma. Esta é a busca espiritual. Pratyáhara:mediante aspráticas de yama, niyama, ásana e pránáyama se domina o corpo e sua energia. Com pratyáhara se conquista os sentidos da mente. Quando a mente está pronta pqara a meditação, os sentidos descansam tranquilos e deixam de importunar a mente. A mente que até o momneto atuou como ponte entre os sentidos e a alma, se libera a si mesma dos sentidos e se volta até a alma para disfrutar de sua elevação espiritual. Prátyáhara resulta da prática de yama, niyama, ásana e pránáyáma e conforma a base para dhárana, dhyána e samádhi. Mediante a prática deste 5 estágios do yoga, se passa pelos 5 envoltórios do si mesmo, desde a pele ate a consciência, sendo subjugadas e sublimadas a fim de permitir que a alma se difunda uniformemente por todas as partes. Este é o verdadeiro sádhana. Dhárana: concentração. Fixar a consciência em um único ponto. Mediante a concentração,se controla as funções mentais. Dhyana: meditação. É o fluxo regular e contínuo da atenção dirigida a um só ponto ou região. É a atenção ininterrupta em um ponto, sem intervenção ou interrupção.. A consciência não se altera ne flutua, permanecendo estável. Samádhi: quando o objeto de meditação absorve o meditador, aparecendo como sujeito. O fluxo da consciência se funde se funde com o objeto da meditação e entaõ a consciência do meditador, o sujeito, apresenta-se como o próprio objeto, uma única manifestação. Esdta união de sujeito e objeto é samádhi. Páda III – Vibhúti Páda Vibhuti é o resultado. No Samádhi Páda, Patañjali explica por que a inteligência é confusa, embotada e oferece disciplinas práticas para minimizar e finalmente eliminar, a escória que o torna obscuro. Através delas o sádhaka desenvolve uma cabeça clara e um mente pura e suas percepções se vem aplacadas e submetidas naturalmente. Assim a inteligência e a consciência do praticante podem converter-se em instrumentos adequados para meditação sobre a alma. Este páda fala dos efeitos divinos do sádhana do yoga. O praticante que chega a este estado conta com o conhecimento completo do passado, presente e futuro, assim como todo o sistema solar. Compreende o pensamento das demais pessoas e adquiri oito poderes sobrenaturais ou siddhis: a capacidade de fazer-se pequeno ou grande, ligeiro ou pesado e lento de conseguir tudo o que deseja e alcançar a supremacia e a soberania de todas as coisas. A estes siddhis ou poderes se adverte que ignore suas tentações e que siga o caminho espiritual. Desapegar-se destes poderes leva à libertação, ao último passo do yoga: Kaivalya Páda. Se o sádhaka sucumbe à tentação e atração pelos poderes – siddhis, será como alguém que sai de um temporal para cair em um tornado. Se resiste e persevera no caminho espiritual, experimentará kaivalya, o estado da existência indivisível, inqualificada e indiferenciada. Em Vibhuti Páda, Patañajli mostra ao sádhaka – opraticante, em primeiro lugar a necessidade de integrar inteligência, ego e o princípio do “eu”. Em seguida guia as disciplinas sutis: dhárana, concentração; dhyána, meditação e samádhi absorção total. Com o auxílio desta prática interna se sublima a inteligência, o ego e o princípio do “eu”. Com a prática de samyama, pode-se conduzir á liberação de diversos poderes sobrenaturais, ou a realização de “Si mesmo”. Patañjali começa este páda com dhárana, concentração e sinaliza alguns pontos no interior e exterior do corpo que podem ser utilizado pelo praticante para a concetração e contemplação. Se o praticante consegue manter dhárana, a concentração, sustentada ininterruptamente, desembocará em dhyána, a meditação. Quando o meditador e o objeto sobre o qual medita se transformam em um, uma única manifestação, dhyána leva ao samádhi, os estados mais profundos de consciência. Assim, dhárana, dhyana e samádhi estão interconectados. Estas treês técnicas interconectadas, Patañjali denominou Samyama. Através de samyama, a inteligência, o ego e o sentido de individualidade se retraem até a sua semente. Então, a inteligência do sádhaka, brilha com o fulgor da sabedoria e sua compreensão está iluminada. Dedica sua atenção à progressiva exploração do núcleo do seu ser e sua alma. Inteligência: Patañajli define as três faces da natureza humana como inteligência, ego, o princípio do “eu” e o “Si mesmo” interiror. Começa pelo cérebro intelectual que oscila entre uma atenção unidirecional e a dispersão. Se o praticante não se lembra, como, onde e quando sua atenção se desconecta do objeto contemplado, então se dispersa e sua inteligência segue sendo adestrada, voltando a atenção ao ponto e objeto de concentração. Mediante uma cuidadosa observação e reflexão sobre as qualidades da inteligência, o praticante distingue entre sua manifestação multidirecional e unidirecional e entre os estados de agitação e silêncio. Patañjali explica como pode utilizar as faculdades discriminadoras para controlar os pensamentos emergentes, para suprimir a aparição de ondas de pensamento e para observar a aparição de momentos de silêncio. Se o praticante observa e mantém estes períodos de silêncio intermitentes, experimenta um estado de quietude. Se prolonga de maneira deliberada, a corrente de tranqüilidade fluirá sem obstáculos. Ao manter este calmo fluxo de tranqüilidade sem permitir que a inteligência se esqueça de si mesmo, o buscador avança até aquele que vê. Este movimento provoca um aumento da atenção e percepção consciente interiores, que por sua vez, conforma a base para levar a consciência até a integração com o “Si mesmo” interior. Uma vez estabelecida esta integração, o praticante se dá conta de que o contemplador, o instrumento utilizado na contemplação e o objeto de contemplação são um único, o mesmo, o que vê a alma: em outras palavras, sujeito, objeto e instrumento devem ser um único, uma única manifestação. Conduzir a inteligência, buddhi a uma estabilidade refinada e tranqüila é dhárana. Quando se consegue isto, buddhi é reabsorvido pela consciência, citta mediante um processo de involução, cuja expressão inerente é uma percepção consciente, aguda mas sem foco. Isto é Dhyána. A discriminação e observação ininterruptas, características de buddhi, devem estar continuamente dispostas a evitar que a consciência se perturbe para que não diminua o estado de dhyána. Buddhi é a ativadora del citta puro. Quando o praticante tem disciplinado e compreendido a inteligência – buddhi, a corrente de tranqüilidade fleu com suavidade sem padecer influênias de prazer e dor- dukha e sukha. Aprende a exercitar sua percepção consciente, a fazê-la discorre em paz, de maneira equilibrada. A combinação da percepção consciente e a tranquilidade, reporta um estado de virtude, que é a poderosa ética, ou shakti da alma, a culminação da inteligência e consciência. O cultivo da inteligência é uma evolução e a virtude é a sua qualidade especial. Propriedades do Yoga: Patañjali guia o praticante refinado na hora de seguir o rastro de movimentos, ordem, sequência de cada ação e pensamento que surge. Ao rever seus passos mediante disciplina do yoga, o praticante coordena seus pensamentos e ações de maneira que não exista lacuna temporal entre eles. Quando existe sincronia absoluta de pensamento e ação, o yogi está libre das limitações materiais de tempo e espaço e isso gera poderes extraoprdinários. Patañjali descreve estes poderes como vibhútis, ou propriedades do yoga. As propriedades são muitas, e experimentar uma só que seja indica que o praticante está no caminho correto de sua prática. Mas convém sempre ter atenção às precauções em relação ao apego aos poderes, que são os limitadores para que se alcance Kaivalya, a liberação. Voltar ao Sutra I.12, que nos fala da disciplina e do desapego. Alguns dos poderes que são despertados através da ´prática disciplinada doYoga: -Começa a conhecer passado e futuro; Entende a língua de todas as pessoas, aves e animais. Conhece suas vidas passadas e futuras; Lê a mente dos demais; Se fosse necessário, poderia definir os detalhes precisos do que há na mente alheia; Torna-se invisível; Pode deter os sentidos: visão, audição, olfato, gustação e tato; Conhece a hora exata de sua morte; É amistoso e compassivo com os demais; Torna-se forte como um elefante e seus movimentos são graciosos como os de um pavão; Vê claramente os objetos que estão próximos e longe, grandes ou pequenos ou mesmo ocultos; Conhece as funções do sistema solar; Conhece as funções do sistema lunar e mediante este, sabe a posição das galáxias; Le os movimentos da estrelas a partir da Estrela Polar e prediz sucessos mundanos; Conhece o funcionamento de seu corpo; Domina a fome e a sede; Imobiliza a mente e o corpo como uma tartaruga; Tem visões de seres perfeitos, professores e mestres; Tem o poder de perceber o todo; Torna-se consciente das propriedades da consciência; Ao conhecer as propriedades da consciência, utiliza para iluminar a lâmpada de sua alma; Pó sua alma iluminada lhe são concedidas as faculdades divinas que estão mais além do alcance dos sentidos ordinários; Abandona conscientemente seu corpo e entra em outro; Caminha sobre as águas e os pântanos; Cria fogo à vontade; Pode escutar sons alheios; Levita; Liberta-se das aflições à vontade e frequentemente pode viver sem um corpo; Controla os constituintes, as qualidades e propósitos da natureza; Domina os elementos e suas contrapartidas; Possui um corpo excelente, dotado de graça, força aspecto perfeito e luminosidade; Possui perfeito controle sobre os sentidos e a mente e seu contato com o “Si mesmo” inferior ou a consciência do “eu”; Transforma corpo, sentido, mente, inteligência e consciência, até alcançar a máxima agudeza e velocidade para sintonizar-los com a alma; Obtém domínio sobre todas a criação e todo o conhecimento. Precauções: estes poderes são extraordinários. O aparecimento de qualquer um deles, são sinais de que o praticante está no caminho correto e apropriado. Mas o praticante não deve confundir estes poderes com o objetivo da busca, pois estes podem ser obstáculos que podem impedir o samádhi. Se o praticante se deixa levar por estes poderes para obter proveitos próprio, fracassa no seu sádhana- sua prática. É como querer salvar a si mesmo da ventania e cair em um tornado. Para tanto é necessário cultivar o desapego, principalmente dos poderes adquiridos através da prática de yoga. Este será o caminho para a libertação. Para tanto seguir os passos de Yama e Niyama assegura ao praticante que não se deixe levar por estes poderes. A inteligência pura: a inteligência sublime é pura, verdadeira limpa como a própria alma e incontaminada. Distingue com clareza e instantaneamente sem analisar segundo credo, qualidade ou lugar. O yogi que a possue está livre do orgulho e pré julgamentos. Sua inteligência e consciência se elevam ao nível da alma. Desta forma o yogi tem consciência de suas células corporais, dos sentidos, da mente, da inteligência, da consciência e a consciência reflete igualmente a luz da alma. Isto é kaivalya. É algo que chega quando se renuncia aos poderes. Os mesmos poderes que atraem aos que se apegam a eles e que distraem a consciência do yogi. Páda IV – Kaivalya Páda Este capítulo trata do desapego necessário dos poderes sobrenaturais por parte do yogi para que surja a ascendência espiritual e como cada ser humano pode servir a esse mundo. Kaivalya significa exclusividade ou emancipação eterna. É um estado de existência absoluta, indivisível. Nele, o yogi se despoja dos pensamentos, mente intelecto, ego e é liberado do jogo dos gunas da natureza, satva, rajas e tamas. Converte-se em um gunátitan, em um ser puro e perfeito. É a libertação do karma: as consequências e obrigações de nossas ações. A sua maneira, Patañajli expôs as três pedras angulares da filosofia hinduísta: o caminho da devoção, Bhakti Yoga, em Samádhi Páda; o caminho da ação, Karmamárga, em Sádhana Páda: o caminho do conhecimento Jñanamárga em Vibhúti Páda. Em Kaivalya Páda, descreve o caminho da renúncia, Vairágyamárga ou Viraktimárga, o caminho do desapego dos objetos mundanos e da liberdade em relação aos desejos mundanos. Este páda resulta complexo e difícil de compreender a primeira vista, já que parece mais teórico do que prático, mas em cada sútra conta com aspectos práticos ocultos. Patañjali explica como a consciência pode tornar-se pura, inteligente, madura e libertar-se a si mesma das garras da natureza, permitindo que o yogi alcance a meta da Liberdade Absoluta. Um dos temas principais deste páda é que o conteúdo da consciência é puro, absoluto, divino, sempre que não esteja corrompido pelas ações, seja sátivca- branca, rajásica- cinza ou tamásica, negra. A transformação purificadora da consciência libera energia vital que acelera o processo de auto-evolução. De maneira progressiva, o yogi vai desenredando-se das preocupações da vida relativas ao dharma- o dever; artha, os meios de vida; e kama, o desfrute mundano. Esta transcendência conduz à liberação, moksha. A consciência, liberada dos atributos da natureza, se dissolve na alma-púrusha. Patañjali diz, que quando a inteligência está cultivada até o pondo de maturidade, o ego – ahamkara, perde força de maneira natural, e a consciência alcança um estado de pureza divina. Os rios da inteligência e da consciência perdem suas identidades e se fundem no rio da alma. Esta é a glória suprema do sádhana do yoga, alcançar kaivalya, ou Brahma jñana. Vejamos resumidamente o caminho percorrido nos três primeiros pádas, até o IVº Páda- Kaivalya. Até aqui, o yogi está familiarizado com os feitos de Samádhi Páda, na busca interior em que se tem descrito a arte e significado do Yoga, explicando as funções da mente, a inteligência e a consciência e mostrado os métodos para desenvolver e manter a consciência permanentemente equilibrada e estável. Samádhi páda começa com as flutuações da consciência e finaliza com um estado em que a mente se aquieta e pára. Sádhana Páda começa com as aflições do corpo e suas implicações emocionais e logo busca os meios para superá-las mediante diversas disciplinas do yoga. Sádhana Páda trata sobre o corpo, os sentidos e a mente e suas relações com a inteligência e a consciência. As envolturas externas- corpo, sentidos e mente- são perceptíveis e distinguíveis; a inteligência e a consciência não resultam facilmente perceptíveis. Sádhana páda é a busca externa, começando pelas envolturas distinguíveis e procedendo a penetrar no núcleo do “ser” através da inteligência e da consciência. Os dois primeiros pádas põem uma direção na arte, teoria e prática do yoga. Vibhuti páda descreve as propriedades do yoga. Guia o praticante- sádhaka, através da busca externa e conduz para a busca interna e logo mais profundamente à integração, samyama. Samyama é a arte de contemplar por completo, de maneira que o yogi sinta-se “um” com o objeto de contemplação. Patañjali chama e busca íntima a esta união entre sujeito e objeto. Esta busca íntima aumenta os estados de supraconsciência e os poderes extraordinários que podem ser obstáculos ao praticante no progresso até a percepção de “si mesmo” e a consciência universal. Patañajli aconselha ao praticante que se desapegue destes poderes e se afastem deles retirando o seu centro do “eu” e assim possa filtrar e purificar a consciência para alcançar a inteligência sublime, vivekaja jñanam. Estes três Pádas dos Yoga Sútra falam do crescimento do ser humano a partir de um estado mental insatisfeito, até a glória da inteligência e consciência iluminadas. Em Kaivalya Páda, Patañjali leva o yogi até o mais sutil, a alma, sem se esquecer das envolturas interna e externa. Kaivalya Páda pode, portanto, denominar-se a busca da alma, antarátma sádhana. Aqui Patañjali fala da maneira como o yogi sublime deveria viver, servindo à humanidade com sua suprema sabedoria, mantendo a luminiscência de sua alma com inteligência pura e uma paz completa e incondicional. Patañjali inicia este Páda com o o renascimento dos adeptos, aqueles que alcançaram kaivalya por nascimento( Nandi, Ramakrishna, Sai Baba, Ramana Maharish foram yogis consumados por nascimento), ou por uso de ervas ou encantamentos. Estes três primeiros podem cair nas graças do yoga por orgulho ou negligência. Não ocorre assim com os outros que conseguiram seus estados espirituais elevados através de tapas e samádhi que se convertem em mestres, com almas divinas e liberadas, como luminosos exemplos para a humanidade. Patañjali fala dos purushárthas somente no último sútra, mas seus pensamentos sobre purusharthas aparecem implícitos em todos os capítulos e com claridade no final, veja: Y.S. IV.38. Kaivalya, liberação, chega quando o yogi conseguiu os purusharthas, as quatro metas da vida e tenha transcendido os gunas (as qualidades da natureza- satva, rajas e tamas). Metas e gunas representam a fonte, e a consciência se estabelece em sua própria pureza natural. O yogi que goza da corrente do conhecimento virtuoso está desprovido de toda a meta da vida e está liberado das qualidades da natureza. Purushartha são as quatro metas da vida: dharma, ciência do dever, observação meticulosa e cotidiana dos deveres éticos, sociais, intelectuais e religiosos; artha, propósitos e meios de vida, a aquisição de riquezas a fim de progredir na vida até objetivos mais elevados, incluindo a compreensão do propósito principal da vida, pois se o indivíduo não ganha seu próprio sustento acabará conduzindo sua vida de forma parasitária; káma, desfrute da vida, dos prazeres da vida, desde que não perca a saúde física ou a harmonia e equilíbrio mental, pois o corpo é o templo da alma e de ser tratado com respeito; e moksha, liberdade em relação aos prazeres mundanos. È a experiência da emancipação e beatitude que só é possível quando de está livre das aflições físicas, psicológicas, intelectuais, ambientais, da pobreza, ignorância e orgulho. Cada indivíduo deve esforçar-se para libertar-se a “si mesmo” das qualidades da natureza ( gunas ) a fim de dominá-las e convertê-las em gunátítan. Essa é a autêntica essência da vida, um estado de felicidade indivisível, infinita, plena e pura. Estas metas implicam ações virtuosas e estão vinculadas com as qualidades da natureza e o crescimento da consciência. Quando se alcança a meta da liberação, as qualidades restritivas da consciência e a natureza deixam de existir. Neste ponto de culminação, o yogi compreende que o “buscador” , “ o que vê” e o “instrumento” utilizado oara conhecer ao que “vê”, é atman ou purusha. Este caráter absoluto da consciência não é outra coisa senão o que “vê”. Agora está estabelecido em sua prórpia natureza. Isto é Kaivalyávasthá. A prática do yoga serve para todas as metas da vida. Através do uso adequado dos órgãos de ação, os sentidos da percepção, a mente, o ego, a inteligência e a consciência, seu propósito que é servir ao Senhor, aquele que vê, chega ao seu fim, e tanto estas roupagens daquele que vê, como as qualidades da natureza, involucionam e se retiram para funcionar-se na raiz da natureza – mulaprakriti. Assim são controlados e graças a isso, citta se torna puro e supremo. Neste estado supremo, citta se funde divinamente na morada dquele que “vê” ( a nossa essência) para que este possa resplandecer em sua essência, puro e imaculado em estado de unicidade. Agora o home está coroado de sabedoria espiritual. Está livre das mutações dos gunas, do tempo e portanto livre das metas e objetos, já que sua busca da alma finalizou. Os 24 princípios da natureza ( Sámkhya) veja cap II.19, retornam à natureza e o 25º princípio, o que “vê”- purusha ou atman, permanece só, em Kaivalyan. Com este poder de pura consciência citta shakti, se oferece por completo à semente de todos os que vem, Paramátmá, ou Deus. Patañjali inicia os sútras com a palavra ‘atha”, que significa “agora” e finaliza com “iti” que significa “isto é tudo” e que finalizou aquele pada ou assunto. Resumo do Yoga Sutra comentado: Iyengar

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