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Yoga sūtra

Atualizado: 1 de mai. de 2020



O Yoga é uma arte, uma ciência e uma filosofia. Afeta todos os níveis da vida humana, tanto física, mental como espiritualmente. É um método prático para dar sentido a própria vida e convertê-la em útil e nobre. O Yoga Sútra ensina ao praticante a cultivar cordialidade e compaixão, a deleitar-se com a felicidade alheia e permanecer indiferente ao vício ou a virtude, para que possa manter seu equilíbrio e tranquilidade. Aconselha a seguir os preceitos éticos: Yamas e Niyamas, os quais governam o comportamento humano, suas relações com o mundo e com sua evolução espiritual. (Segundo Patañjali) Historicamente, Patañjali deve ter vivido entre 500 e 200 a.C., mas parte do que sabemos sobre ele é lenda. Acredita-se ter sido ele uma pessoa evoluída que veio ao mundo com um propósito: ajudar a humanidade. Escreveu sobre três temas: gramática, medicina e yoga. Descreveu, nos Yoga Sútras, os meios para superar as aflições do corpo e as flutuações da mente: os obstáculos para o desenvolvimento espiritual. Suas palavras são diretas, originais e tradicionalmente se considera de origem divina. Seguem sendo atuais, depois de vinte séculos. O Yoga Sútra é uma síntese do conhecimento humano. Os 196 aforismos, englobam todos os aspectos da vida, a começar por um código de conduta e finalizando com o ser humano que vê o autêntico “Si Mesmo”. Vamos nos situar no tempo e no espaço. Os textos mais antigos, historicamente são os Vedas, associado à civilização védica. São as escrituras mais antigas, em forma de hinos e cânticos, como conhecimento revelado que deu origem ao Vedismo. Posteriormente surgem os Brahmanas que são escrituras sagradas em prosa que comentam os Vedas, tem interpretações sobre Brahma, esclarecem os costumes, ritos e fórmulas contidos nos Vedas.. Foram escritos provavelmente há uns 1.000 a.C. e situam-se entre os Vedas poéticos e as Upanishads discursivas, continuando o teor ritualístico e cerimonial. O processo de desenvolvimento pessoal era de fora para dentro, através dos rituais. Upanishads significa sentar-se junto, próximo. Uma reunião de pessoas sentadas em círculo para receber instrução, a lição ao aluno sentado aos pés do mestre. As Upanhishads contituem a parte filosófica sobre postulados implícitos nos Vedas. De toda esta evolução, podemos entender o Hinduísmo, que é fruto do Vedimo, Brahmanismo e por fim Hinduísmo. Hinduismo é fruto das modificações que foram correndo ao longo do tempo sobre o s estudos dos Vedas. É marcado pela diversidade étnica e cultural e evolui gradativamente através dos tempos. Todas estas transformações geraram a cultura que conhecemos hoje por Hinduismo que tem seus fundamentos no Sanátana Dharma – a eterna lei. O Yoga Sútra é fruto dos questionamentos da época. Surgiu da necessidade de uma sistematização dos diversos métodos para se alcançar a liberação. O Período de Patañjali vem de um período filosófico. Um sutra tem a finalidade de sistematizar sobre algum assunto. Sutra é um tipo de literatura condensada. Os Sútra de Patañjali aparecem aproximadamente no Sec III ou sec II . É um texto ortodoxo. Esta foi uma obra que foi escrita sobre o Yoga. Este é um resumo do Yoga Sútra. Para aprofundar-se no tema, participe de um curso específico. Veja nossa página de cursos. Os Yoga Sútras Os Yoga Sútras de Patañjali são concisos e compactos, sem palavras supérfluas. Esta obra está dividida em 4 capítulos ou pádas. São 196 sútras, suscintos, precisos e profundos. É um tesouro para guiar o praticante – sádhaka. Os aspectos chaves do yoga se obtém com a prática de ásana, pránáyáma e samyama. Os 4 Pádas do Yoga Sútra, descrevem diferentes disciplinas de prática e os seus aspectos variam de acordo com o desenvolvimento da inteligência e do refinamento da consciência de cada sádhaka- praticante). Os quatro padas são: Samádhi Páda – sobre a contemplação Sádhana Páda – sobre a prática VibhútiPáda – sobre propriedades e poderes KaivalyaPáda – sobre emancipação e libertação Os 4 pádas correspondem aos 4 Varnas oudivisõesdetrabalho, os tres gunas ou qualidades da natureza (sattva, rajas, tamas), os 4 áshramas ou etapas da vida e aos 4 purusharthas ou metas da vida (dharma- é a aquisição do dever e do saber, sua prática leva à aquisição do mérito da ética e da religiosidade, kama – prazer físico ou emocional; artha- a aquisição de riqueza, da prosperidade, de bens materiais e da religiosidade, e moksha – a liberação). O 1º páda equivale a um tratado sobre Dharma Shástra, o que sustém e apóia as práticas éticas, físicas ou mentais da disciplina espiritual. Se dharma é a semente do yoga, kaivalya é o fruto, a emancipação. O sútra final é o estado imotivado e vazio de todo o objetivo mundano e das qualidades da natureza. Em kaivalya o yogi refulge em sua própria inteligência que emana do átman ou púrusha, independente dos órgãos de ação, dos sentidos de percepção, da mente, da inteligência e da consciência. O Yoga é o caminho para Kaivalya. O Dharma é parte do oitova anga do Yoga- Ashtanga Yoga, que Patañjali descreve em detalhes. Ao seguir as oito disciplinas com dedicação, aprende-se a conhecer a Alma Suprema- Brahman e a viver de palavra, pensamento e ação em consonância com a verdade mais elevada. Páda I – Samádhi Páda Samádhi é a condição que permite a prática do Yoga. Samádhi não é o destino, mas é aquilo que permite a realização do Yoga. Não é a meta final, mas a meta inicial. O objetivo do Yoga é o Kaivalya. Samádhi Páda define o yoga e os movimentos da consciência, chitta vritti. É direcionado àqueles que estão mais evoluídos a fim de permitir manter seu avançado estado de forma madura, inteligente e sábia. São realmente excepcionais as almas humanas que evoluíram muito cedo Sama significa similar, direto, imparcial, justo e ádhi quer dizer em cima, o que vê, testemunha indescritível. Samádhi é descobrir a fonte da consciência. Para os já iniciados é um guia para experienciar os estados da não dualidade. Para os não iniciados é a atraente possibilidade do samádhi e serve como luz que atrai à disciplina do yoga para que haja refinamento até o momento da alma se mostrar cristalina, livre dos atributos realtivos à natureza e às ações. A consciência está embuida das três qualidades, gunas: luminosidade – sattva, vibracidade- rajas, e inércia, tamas. Os gunas estão também ligados às nossas ações: brancas- sattva, cinza, rajas e negras, tamas. Mediante a disciplina do yoga, tanto as ações como a inteligência vão mais além destas qualidades e o que “vê” experimenta sua própria alma com claridade cristalina, livre dos atributos relativos à natureza e às ações. Este estado de pureza é samádhi. Yoga é, pois, tanto o método quanto o objetivo. Yoga é samádhi e samádhi é yoga. Existedoistiposde samádhi: sabija samádhi o samprajñata samádhimedianteesforçodeliberado, usando para concetração um objeto ou idéia como semente ou suporte e Nirbija Samádhique não requer mais a semente como apoio. A proposta do Yoga de Patañjali é ensinar a travar um contato com o mundo de uma forma diferente daquela que nós já temos, – Samprajñata – conhecido intensamente. Se houver este conhecimento intenso vamos encontror o fio da meada que vai nos levar ao samádhi. Samprajñata é a palavra mágica, que vai nos levar ao samádhi de forma direta. Samprajañta é o conhecimento intenso. Jñata é o conhecido – Sam – intenso – Pra : em direção . – Alguma coisa para qual o nosso ato de conhecer se dirije .É o ato do conhecido. Aquilo que se vivencia e se conhece intensamente. Samprajñata nos põe em contato com o Púrusha. Segundo o Sámkhya o Universo tem a matéria Prakriti, que é a grande mãe- que é aspecto feminino da natureza que é aquela que faz tudo e o Púrusha que fica só observando e que perturba a natureza. A Prakriti, o aspecto feminino da natureza, trabalha sem tréguas e o Purusha, o aspecto masculino, fica só olhando e perturbando. O aspecto de Púrusha dá ao mundo a consciência e não a ação, mas não consegue trabalhar as coisas do mundo e cria um princípio de percepção na matéria. Com este princípio de percepção são criados os seres e os seres conseguem trabalhar com o mundo material. Este principio de percepção tem um tendência natural que é voltar ao Púrusha. É com Budhi que se tem o Samprajñata. Buddhi é a inteligência discriminadora individual, e considera-se Mahat sua contrapartida cósmica. Buddhi possui o conhecimento decisivo, determinado pela ação e a experiência perfeita. Manas ( a mente ) recolhe e recopila informação através dos 5 sentidos de percepção – jñánendriyas e os 5 órgãos de ação- karmendriyas. A inteligência cósmica – Mahat, o ego – Ahamkara, a inteligência individual- Buddhi, a mente- Manas, os 5 sentidos de percepção – jñánendriyas, os 5 órgãos de ação – karmendriyas, são produtos dos 5 elementos da natureza, terra, água, fogo, ar e éter com suas 5 qualidades subatômicas- tanmatras, olfato, sabor, forma, visão e tato. Íshvara, Paramatman ou Purusha Visheshan, é a alma Universal, a semente de tudo ( 1.24) A alma individual é jivatman ou purusha, a semente do si mesmo individual. E tal qual uma semente, necessita de cuidados adequados para crescer com uma árvore que brota dando flores e frutos, e a alma é a semente da evolução humana. Atman, não faz parte do mundo material. Asmita o si mesmo individual, a consciência do eu, de onde surge citta. Os vrittis são os ciclos de flutuações dos pensamentos que formam parte do cérebro, a mente e a consciência, assim como as ondas fazem parte do mar. O pensamento é uma vibração mental baseadas em experiências passadas. Quando a consciência está em estado sereno, seus componentes internos, inteligência, ego, mente e sentimentos do “eu”, também experimentam tranqüilidade. Patañjali explica, que antes de experimentar samádhi o funcionamento da consciência depende de 5 fatores: 1.- percepção correta, percepção errônea – Prámána (na qual os sentidos se confundem); 2.- interpretação errônea ou ambigüidade – viparyaya (em que a mente falha); 3.- fantasia ou inventividade – Vikalpa; 4.- sono ou estado de inatividade – nidra; 5.- memória, impressões ou experiência passadas – smriti. A alma é pura, porém com a falta de alinhamento a consciência se deixa atrapalhar pelas rodas das alegria e das dores e se converte em parte, em sofrimento, como uma aranha atrapalhada e enredada em sua própria rede. Estas alegrias e dores podem ser dolorosas ou não dolorosas, perceptíveis ou imperceptíveis. A libertação, ou a experiência direta de samádhi, só se pode alcançar mediante uma conduta disciplinada e renúncia, ou desapego, o que se consegue com os dois pilares do yoga: abhyása e vairágya. Abhyása, a prática disciplinada é a arte de aprender o que se tem que aprender através do cultivo da ação disciplinada. Isto implica em esforço prolongado, zeloso, tranqüilo, perseverante. Vairágya, o desapego, a renúncia é a arte de evitar o que se tem que evitar. Ambos requerem enfoque positivo e virtuoso. A prática é uma força crescente de transformação e progresso no Yoga que produz muita energia a qual deve ser redirecionada para o centro, como força centrípeda até o núcleo do ser e o desapego auxilia e protege o praticante do risco de emaranhar-se com tanta explosão de energia. Patañjali ensina ao sádhaka a cultivar cordialidade e compaixão, a deleitar-se com a felicidade alheia e permanecer indiferente frente ao vício e á virtude, para que possa manter seu equilíbrio e tranqüilidade. Aconselha ao praticante que sigas as disciplinas éticas de Yama e Niyama que governam a prática e que conformam a evolução espiritual para que se veja impregnado de serenidade, visão interior e verdade. A alma que até o momento era imanifesta, torna-se visível ao buscador. Ele se torna aquele que “vê” e entra em um estado sem semente como apoio; nirbija samádhi. Patañjali incia o Sútra I.1como segue: 1.1 Atha yogánanushásanam- agora começa a exposição do yoga. É a exposição do Yoga, incontestável, inquestionável. 1.2 Yogah chittavritti nirodhah: Yoga é o cessar da flutuações da consciência. Citta é o veículo que conduz a mente- manas até a alma – Atman. Citta é a forma mais sutil da inteligência cósmica – mahat , o grande princípio, a fonte do mundo material da natureza – prákriti. Segundo o Sámkhya a criação é fruto da combinação de Púrusha e Prakriti, a alma cósmica. Estes princípios são a origem de toda a ação, volição e silêncio. O Sámkhya é a parte filosófica que norteia o Yoga (Kápila) sec VII ou VII a.C. Patañjali começa o tratado do Yoga explicando o funcionamento da mente, para que possamos aprender a disciplinar-la, e que a inteligência, o ego e a consciência possam ser restringidos, inibidos, dominados para que possa ser atraído ao núcleo do nosso ser, sendo absorvidos na alma. Isto é Yoga. Patañjali explica que as impressões dolorosas e não dolorosas são classificadas em 5 tipos: Y.S. I.5 Prámána ou precepção direta, que é o conhecimento que surge do pensamento, ou a concepção do correto que é perpétuo e verdadeiro. A percepção direta deriva da própria experiência, através da inferência, mediante leitura atenta de textos sagrados ou de palavras de mestrr autêntico. Para ser certa e que não gere dúvidas, precisa ser real. Sua exatidão dever ser verificada mediante a dúvida racional, a lógica a reflexão e corresponder a preceitos sagrados verdadeiros e revelados. Viparyaya, ou a percepção e interpretação errônea, que conduz ao conhecimento contrário. O conhecimento contrário conduz a falsas concepções. Vikalpa : imaginação ou fantasia. Levando em consideração viparyaya, se a imaginação permanece em níveis verbais e visuais, podem constituir em idéias sem base real. Somente quando as idéias demonstram feitos reais é que se transformam em percepções reais Nidrá, ou sono é um estado de inatividade em que os órgãos de ação, dos sentidos, das percepções, da mente e da inteligência permanecem inativos. smriti, ou a memória. A memória é a faculdade que retém e revivi impressões e experiências passadas, percepções corretas ou concepções e percepções errôneas, incluindo o sono ( e os sonhos- lembrando que há sono com sonhos e sono sem sonhos ). Estes são os campos que opera a mente e através dos quais se reúnem e armazenam as experiências. Estes 5 tipos em que se classificam as impressões, modelam humores e comportamentos, construindo ou arruinando a evolução intelectual, cultural e espiritual do indivíduo. Cultivo da Consciência: o cultivo da consciência implica no desenvolvimento, na observação e no refinamento progressivo da consciência através das disciplinas do yoga. Patañjali mostra como superar as flutuações da consciência, mediante a prática, abyasa, e o desapego e renúncia, vairagya. É importante que o praticante de Yoga leve em consideração sua relação com o yoga. O texto inicial do Yoga sutra é: I.1 atha yoganushásanam. Eis agora os postulados mais elevados do Yoga. Este é um conhecimento incontestável e inquestionável. Esta é a prática de um disciplinado código de conduta yoguica, a observação de instruções para a ação ética transmitida por uma linhagem e tradição. Os princípios éticos, uma metodologia baseadas em ação, constituem a prática. Assim podemos ver desde o sutra I.1 e I.4 a independência da prática, a renúncia, o desapego sem os quais a pratica não dará frutos. Se a mente não está disc