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Foto do escritorMaria Fátima Audino Edler

Os dez avatares de Vishnu


O deus Vishnu encarnou-se várias vezes na terra para restabelecer a ordem moral. Cada encarnação representa um avatar ( descida).

1. Matsya ou Peixe encarnou-se com o propósito específico de salvar Manu Satyavrata, progenitor da raça humana, durante o dilúvio que inaugurou o presente ciclo da humanidade.

2. Kûrma ou Tartaruga tomou forma a partir da infinitude de Vishnu para recuperar vários tesouros perdidos durante o dilúvio, especialmente o elixir da vida. Tanto as divindades  ou deva quanto os demônios ou asura, colaboraram para bater o oceano como se bate o leite para tirar manteiga, usando a serpente cósmica Ananta como corda e Mandara, a montanha cósmica, como vara de bater. Kûrma serviu como ponto de apoio ou vara. Com isso, todos os tesouros perdidos foram recuperados, restabelecendo-se assim a ordem e o equilíbrio universais.

3. Varâha ou Javali nasceu com a missão de destruir o demônio Hiranyâksha (Olhos de Ouro), que havia inundado a Terra inteira.

4. Nara-Simha ou Homem–Leão manifestou-se a fim de destruir o maligno imperador Hiranyakashipu ou Vestimenta de Ouro, que havia tentado, sem conseguir, matar o seu filho Prahlâda, grande devoto de Vishnu. Em virtude de uma dádiva que lhe tinha sido concedida pelo próprio deus Brahma, Hiranyakashipu não poderia ser morto nem de dia nem à noite, nem por um homem, um animal ou uma divindade, nem lado de fora nem do lado de dentro das muralhas do seu palácio. Por isso, Nara-Simha surgiu no crepúsculo, sob a forma de um ser humano com cabeça de leão, e dentro de um pilar. Com suas garras dilacerou o corpo do rei e o destruiu.

5. Vamana ou Anão encarnou-se especificamente para vencer o demoníaco Bali, que havia usurpado o lugar das divindades e obtido o domínio sobre o universo. Vamâna pediu a Bali que lhe desse o quanto de terra lhe fosse possível transpor com três passos. Achando graça no pedido, o demônio imperador o atendeu. Vamâna deu dois passos e transpôs com eles toda a criação; com o terceiro passo, plantou o pé sobre a cabeça de Bali, empurrando-o para os mundos infernais. Como Bali tinha algumas virtudes, Vamâna concedeu-lhe o império sobre o mundo inferior. Os três passos de Vishnu são mencionados já no Rig-Veda.

6. Parashu–Rama ou Rama com o machado, foi uma encarnação guerreira. Destruiu vinte e uma vezes a casta guerreira, o que é indício de um forte conflito entre os kshatriyas e os brâmanes numa época recuada.

7. Rama  ou O Escuro ou O Agradável, também chamado Râmacandra, foi o soberano justo e sábio de Ayodhyâ e um contemporâneo mais jovem de Parashu-Râma. A história de sua vida nos é relatada pela epopéia Ramayana. Sua esposa Sita ou Sulco de arado, freqüentemente identificada à deusa Lakshmi ou Sita, simboliza o princípio da fidelidade conjugal, do amor e da devoção. Foi raptada pelo rei-demônio Ravana, cujo reino talvez se localizasse no atual Sri Lanka (Ceilão), e resgatada pelo semideus Hanuman, de cabeça de macaco, que representa o princípio do serviço fiel.

8. Krishna ou aquele que Puxa é o Deus-homem, cujos ensinamentos estão registrados no Bhagavad-Gita em muitas outras partes da epopéia Mahabharata. A morte de Krishna deu início ao kali-yuga, a era de trevas na qual ainda estamos e cuja duração total é calculada em alguns milhares de anos.

9. Buddha ou o Desperto nasceu para desorientar os malfeitores e os demônios. Algumas autoridades não crêem que esse avatara tenha sido Gautama, o Buda, mas é praticamente impossível duvidar de que era a ele que se referiam os brâmanes que formularam a doutrina das dez encarnações.

10. Kalki ou o Vil, O Humilde é o avatara que ainda não veio. Vários Puranas o representam montado num cavalo branco e empunhando uma espada de fogo. Sua tarefa será a de destruir este mundo (yuga) e fundar a nova Era de Ouro, ou Era da Verdade (satya-yuga).  Fonte: A Tradição do Yoga, de Georg Feuerstein – Editora Pensamento.

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