top of page

Bandhas


Bandhas:

A fim de seguir as técnicas do pránáyáma, faz-se necessário saber mais sobre mudrás e bandhas. A palavra sânscrita mudrá significa selo ou fecho. Denota posições que fechem as aberturas corporais, nas quais se juntam os dedos, e que vem acompanhados por gestos especiais das mãos. Mudrá como fecho ou bandha é muito usado no Hatha Yoga. Veja livro Anatomia do Yoga.Bandha quer dizer atadura, fecho, enlaçar, prender. Também faz referência a uma postura a qual certos órgãos do corpo são contraídos e controlados.Quando se gera eletricidade, é necessário ter transformadores, condutores, fusíveis, interruptores, cabos para transportar a energia a seu destino; se não for assim, a corrente se tornaria letal.4.      Além das das mudras específicas mencionados nos textos de Hatha Yoga, jálandhara bandha, uddíyána bandha e múla bandha são essenciais para os pránáyámas. Eles ajudam a distribuir a energia e previnem os efeitos da hiper ventilção do corpo. São praticados para despertar a kundaliní e dirigir sua energia para cima através do canal de sushumná durante o pránáyáma. É essencial para experimentar o estado de samádhi.


JÁLANDHARA BANDHA

5.    O primeiro bandha que o sádhaka precisa dominar é jálandhara bandha. Jála significa “rede”, “trama” ou “malha”. Seu domínio é alcançado através da prática de sarvangásana e seu ciclo, durante o qual o esterno se mantem pressionado pelo queixo.

Técnica:

a-) Sente-se em uma posição confortável como siddhásana, samanásana, svastikásana, bhadrásana, virásna, padmásana ou outra a sua escolha.

b-)Mantenha a coluna alinhada. Abra o peito, eleve o externo e a caixa torácica. Sem tensões, mantenha a coluna torácica e cervical côncavas, e incline a cabeça a frente e para baixo em direção ao peito. Mantenha os músculos do pescoço sem tensões. Abaixe bem a cabeça para que a ponta do queixo apoie firmemente no peito. À medida que se vai ganhando mais flexibilidade, o pescoço flexiona cada vez mais e com mais facilidade encosta-se o queixo no peito. Nunca force nem flexione o tronco para frente.

Efeitos: O plexo solar está localizado no centro do corpo. Segundo o yoga esta é a sede do fogo digestivo (játharágni), que cria calor. O plexo lunar está no centro do cérebro e cria o frescor. Ao executar jálandhara bandha , devido ao fechamento das nádís em volta do pescoço, a energia fria do plexo lunar é impedida de fluir para baixo ou que seja dissipada ou queimada pela energia quente do plexo solar. Desta forma, o elixir da vida, o amrita é armazenado, e a vida é prolongada. Este bandhatambém pressiona os canais idá e pingalá, permitindo que o práná atravesse sushumna.

Jálandhara bandha limpa os condutos nasais e regula a circulação do sangue e do prána (a energia) no coração, cabeça e glândulas endócrinas do pescoço (tireóide e partireóide). Ao executar pránáyama sem jálandhara bandha, sente-se pressão no coração, cérebro, globos oculares e ouvido interno, podendo sentir-se mareado. Jalandhara bandha relaxa o cérebro e volta humildemente ao intelecto (manas. Buddhi e ahamkára)

Nota: quem tem rigidez no pescoço não deve forçar e pode usar um rolinho de pano colocado entre as clavículas e o queixo pata liberar a tensão da garganta e assim deixando cômoda a respiração.


UDDIYÁNA BANDHA

1.      Uddíyána significa “voar”, “elevar-se” e é uma elevação abdominal. Nele o prána ou energia flui desde a parte inferior do abdômen até a cabeça. O diafragma é elevado desde a parte inferior do abdômen ao interior do tórax, recolhendo os órgãos abdominais em um movimento que vai para trás e para cima até a coluna.

Técnica:

Domine primeiro uddíyána em posição em pé segundo a explicação abaixo.  Somente depois introduza em sua prática sentado/a de pránáyáma durante báhya kumbhaka ( pulmões vazios- intervalo entre a expiração completa e o início da inspiração). Nunca execute uddíyána empránáyáma até que tenha dominado báhya kúmbhaka, nemtampouco em antara kumbhaka(pulmões cheios- intervalo entre a inspiração completa e o início da expiração), pois assim submeteria o coração a uma grande tensão.

a-) Ponha-se em pé e afaste os pés mais ou menos dois palmos. Incline o corpo ligeiramente a frente com os joelhos flexionados e firme suas mãos sobre as coxas. Flexione ligeiramente os braços à altura dos cotovelos e pressione o queixo sobre o peito em jalandhara bandha.

b-) Inspire profundamente e logo solte o ar dos pulmões expirando, mantendo com os pulmões vazios, e então recolha a região abdominal bem para dentro e bem para cima como se quisesse encostar na coluna. Eleve a coluna lombar e dorsal bem para cima. Eleve bem os órgãos abdominais para cima até a coluna pressionando-os. Mantenha assim e faça uma contração mais firme. Mantenha o quanto puder, de dez a quinze segundos. Nunca mantenha por mais tempo do que seja possível ou confortável, além de sua resistência. Vá mantendo gradativamente o tempo à medida que a execução torne-se mais confortável.

c-) Relaxe os músculos abdominais e então inspire. Deixe  que o abdômen retorne à sua posição normal e logo inspire lentamente.

d-) Nunca inspire durante o processo de permanência sem ar e com a região abdominal recolhida para o alto e para cima.

e-) Faça algumas respirações, tome fôlego e execute novamente em ciclo de 6 ou 8 vezes de uma só vez, sem paradas para respirações. Execute uma vez atrás da outra.

f-) Estes ciclos devem ser realizados uma vez ao dia.

g-)Uma vez sinta firmeza na prática de uddíyána, vá introduzindo de forma gradual em diversos tipos de pránáyáma e ásana mas sempre somente com a retenção com os pulmões vazios em (báhya kumbhaka).

Nota: pratique somente com o estômago vazio. Não contraia o abdômen até que o ar tenha sido todo expelido e os pulmões estejam vazios. Se sentir tensão ou se ao inspirar sinta desconforto é sinal de que passou dos seus limites e possibilidades para a prática no momento. Nunca inspire antes de relaxar a região abdominal e soltar o uddíyánae permitir que os órgãos tenham retornado ao seu estado normal. Não inspire enquanto os órgãos abdominais estejam comprimidos para o alto e para cima.


MULA BANDHA

1.      Múla significa raiz, fonte, origem e base. O termo refere-se à região situada entre o ânus e os genitais. Contraia os músculos desta região, e levante-os verticalmente até o umbigo. Simultaneamente, a parte inferior anterior do abdômen debaixo do umbigo é pressionada para trás e para cima em direção à coluna. Muda-se assim o curso descendente de apána váyu, fazendo logo circular para cima para unir-se à práná váyu que está na região do peito.

Mula bandha pode ser executado inicialmente em antara kúmbhaka (retenção comos pulmões cheios, com ar) e em báhya kumbhaka (retenção com pulmões vazios, sem ar) e posteriormente executar com uddíyána bandha e jalandhara bandha executando assimtrayabandha, o conjunto dos três bandhas, potencializando a energia na região central do corpo, no manipura chaka.






Traya Bandha - três Bandhas realizados conjuntamente


121 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page